A obesidade é uma doença crônica definida como excesso de tecido adiposo corporal que tem como causa o sedentarismo, a alimentação hipercalórica e influências genéticas.

Ela é uma condição determinada pelo excesso de gordura corporal, mas devido à dificuldade em se obter medidas precisas desta gordura na população obesa, as medidas de altura e peso corporal têm sido amplamente utilizadas para identificar o sobrepeso e a obesidade. Atualmente define-se a obesidade a partir do índice de massa corporal (IMC). O IMC é calculado dividindo o peso corporal em quilograma pela altura em metros ao quadrado. Exemplo: uma pessoa com 1,60m e 60kg fazemos a seguinte conta: 1,6 x 1,6 =2,56. 60:2,56 = 23,4. O IMC normal se situa entre 18,5 e 24,9; sobrepeso varia de 25 a 29,9 e a obesidade a partir de 30.

Outro parâmetro antropométrico importante diz respeito à circunferência abdominal, que não deve ultrapassar de 102 cm no homem e 88 cm na mulher.

Entre as doenças associadas à obesidade podemos citar o diabetes mellitus, as doenças cardíacas, os acidentes vasculares cerebrais, câncer, dislipidemias e hipertensão.
É considerada um dos maiores problemas de saúde pública nos últimos anos, alcançando proporções epidêmicas em vários países, independente da condição socioeconômica de sua população. Tal patologia está associada a um aumento da mortalidade, bem como aumento de recursos financeiros para seu tratamento.
Vários estudos têm demonstrado tratar-se de uma desordem complexa, de forte base genética e de etiologia multifatorial. Apesar de várias evidências quanto á importância genética no desenvolvimento da obesidade, o ambiente obesogênico criado a partir da abundância de alimentos inadequados, o estilo de vida sedentário, a alta exposição a toxinas e o estresse crônico também contribuem para o aumento de sua prevalência.
Dentre os fatores que desencadeiam a obesidade, destaca-se a ocidentalização da alimentação, caracterizada por aumento na ingestão energética e redução da atividade física, aumento na ingestão de ácidos graxos saturados, trans e ômega 6, associado a redução do consumo de ácidos graxos ômega 3, diminuição da ingestão de carboidratos de baixo índice glicêmico e de fibras, além de frutas e hortaliças, reduzindo assim a ingestão de alimentos antioxidantes.
Mas sua principal causa é o desequilíbrio entre a energia ingerida e a energia gasta. O excesso de energia no organismo é estocado nas células adiposas ocasionando um aumento de tamanho ou multiplicação destas células.
Nas últimas décadas a população aumentou muito o consumo de bebidas adoçadas, óleos vegetais e alimentos de origem animal e industrializados. Se tornaram mais sedentárias e mais expostas a um nível maior de estresse físico e mental. Todos esses fatores em conjunto exercem forte influência no aumento de peso.
O Brasil atualmente convive com a transição nutricional determinada pela má alimentação. Ao mesmo tempo em que se observa a redução dos índices de desnutrição, ocorre um aumento da prevalência da obesidade, que vem acompanhada de doenças crônicas. E o pior, nossas crianças estão aumentando o peso!!
Ela pode ser um processo inflamatório crônico, caracterizada pelo excesso de gordura corporal, especialmente visceral. Está relacionada a um estresse oxidativo e redução dos mecanismos de defesa. O tecido adiposo, além de ser reserva de energia é altamente ativo por secretar hormônios e citocinas associadas aos processos inflamatórios. Além disso ocorre um desequilíbrio funcional, com envolvimento de diferentes sistemas do organismo, isso porque o desequilíbrio nutricional, associado à exposição a toxinas promove uma super-estimulação do sistema imunológico, levando a um estado crônico de inflamação, com mal funcionamento da atividade de diversos neurotransmissores, levando a distúrbios de comportamento, com consequente resistência a perda de peso.
Os adipócitos eram considerados praticamente como células de armazenamento de gordura, mas atualmente, já está claro que eles representam um componente crítico do controle metabólico e endócrino, com efeitos positivos e negativos.
Uma alimentação desequilibrada, rica em carboidratos refinados, gorduras saturadas e ácidos graxos trans e pobre em frutas, legumes, verduras, alimentos integrais e ácidos graxos mono e polinsaturados, representa um fator importante de estimulação ao processo inflamatório, gerando maior resistência a perda de peso. Além de ser pobre em substâncias fundamentais como vitaminas, minerais e compostos fitoquímicos. Os excessos de ácidos graxos livres e de glicose no sangue promovem alterações na função das células aumentando os radicais livres. Estes, por sua vez, promovem o aumento das inflamações.
Os indivíduos obesos também são mais resistentes a leptina, hormônio secretado nos adipócitos que atua na regulação da ingestão alimentar e no equilíbrio energético. O estado inflamatório crônico também bloqueia os receptores de leptina, impedindo a sua ação na saciedade. Portanto, mesmo que essas pessoas produzam mais leptina, o seu transporte para o sistema nervoso central fica comprometido.
O tecido adiposo possui uma quantidade muito grande de receptores para as moléculas xenobióticas (toxinas), devido ao seu carácter lipossolúvel, assim, pessoas com excesso de peso, apresentam maiores concentrações de contaminantes ambientais, o que também prejudica o emagrecimento.
Essas informações são apenas para alertar sobre o perigo da obesidade e conscientizar a importância da sua prevenção. Eu sempre digo que é melhor prevenir do que remediar.
No próximo post falarei de como podemos prevenir e / ou tratar a obesidade através da alimentação. Não percam!!!!




Fontes: Saad, 2009; Shils, 2009; Cozzolin, 2009; Brunoro 2008; Naves, 2009; Silva, 2007, Nammi, 2004; Paschoal, 2007.

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