A candidíase é provocada por um fungo, a Cândida Albicans. Assim como outros fungos, existe normalmente no organismo de uma mulher saudável, o problema acontece quando ela se multiplica mais do que deveria. Esse crescimento pode acontecer quando alimentamos os fungos (comendo aquilo que eles gostam) ou quando fazemos uso repetido ou prolongado de antibióticos, que matam as bactérias ruins e também as boas, responsáveis pela defesa do organismo.

A candidíase costuma provocar sintomas como corrimento, ardor e coceira. Ela pode aparecer uma vez, sumir e reaparecer, num quadro que os médicos chamam de candidíase de repetição. Já está claro e estudado que, o que comemos tem ligação direta com esse incômodo.

O principal alimento na lista dos prediletos dos fungos é o açúcar. Além de nutrir a Cândida Albicans, o açúcar modifica o PH intestinal, deixando o ambiente alcalino, o que favorece a proliferação dos fungos e a diminuição das bactérias do bem que preferem um meio ácido. Além disso, esses fungos liberam uma toxina que interfere em alguns neurotransmissores, o que aumenta o seu desejo por doces, já que os fungos precisam de açúcar para crescer.

Quando a colônia de Cândida Albicans cresce no organismo, tanto pode causar os sintomas vaginais conhecidos, quanto provocar outros problemas, como prisão de ventre, diarreia, gases, cansaço, depressão, micose de unha e TPM. A candidíase vaginal é apenas uma das manifestações do excesso de fungos no organismo. É um problema que tem origem no intestino, e pode afetar várias partes do corpo. Para combater o problema é fundamental modificar os hábitos alimentares.

Uma dieta para eliminar a Cândida Albicans deve ser seguida por mais ou menos três meses. Se estiver em um quadro agudo, primeiro vai precisar tratar os sintomas com remédios e fazer uma dieta específica. Além de cortar alguns alimentos do cardápio, devem entrar na sua rotina os probióticos (organismos vivos que fortalecem boas bactérias do intestino – tem post no blog sobre esse assunto). Existem vários produtos com esses elementos, como saches ou cápsulas, melhores que os iogurtes, pois estes podem apresentar açúcar e lactose, substâncias que alimentam os fungos. Outro motivo: os probióticos são sensíveis e morrem se forem expostos a variação de temperatura.

Alguns alimentos devem ser evitados nos momentos de crise, até que o organismo se estabeleça, entre eles estão:

  • Bebidas alcoólicas: vinho e cerveja são bebidas fermentadas pela ação dos fungos. Em uma situação normal, isso não significa nenhum problema para o organismo, porém, enquanto estiver com candidíase todos os alimentos que contêm fungos devem ficar de fora do cardápio. O fungo confunde o sistema imunológico complicando a atuação contra a Cândida.
  • Condimentos, fermentos e conservas: seguindo a lógica acima, todos os tipos de cogumelos, vinagre e produtos que os incluem (ketchup, mostarda, azeitonas e picles), massas crescidas com fermento biológico (pão, pizza, torta) só voltam ao cardápio depois de vencida a batalha contra o desconforto.
  • Frutas: a frutose é o açúcar das frutas, portanto também fermenta. Coma no máximo 4 porções de frutas ao dia. Elimine somente o melão e a melancia, pois elas podem conter fungos, que é aquela cobertura branca sobre as sementes. Os fungos também estão presentes em todos os tipos de frutas secas.
  • Carnes: uma dica importante é mastigar muito bem os alimentos, pois a proteína mal digerida vira alimento para os fungos. Se a carne, por exemplo, não estiver bem triturada, as bactérias do bem não conseguem tirar proveito do alimento. Já os fungos têm a capacidade de se nutrir mesmo com a proteína mal mastigada.
  • Carboidratos refinados, leite e derivados: os carboidratos refinados e simples, como biscoito, arroz, macarrão e pão branco, viram açúcar rapidamente no organismo. Os produtos refinados podem ser substituídos pelos integrais, mas nas crises agudas ou quando a paciente tem intolerância a glúten, devemos cortá-los totalmente. Por uma razão parecida o leite e seus derivados também ficam afastados da alimentação, esses produtos têm lactose que é um tipo de açúcar.
  • Bebida nas refeições: pode atrapalhar o processo digestivo e tirar o equilíbrio da flora intestinal, diminuindo a quantidade de bactérias do bem e aumentando a força dos fungos. A presença dos ácidos no estômago, durante a digestão, é importantíssima para a quebra das proteínas e para a absorção de vitaminas e minerais pelo intestino. Essa acidez também garante a vida das bactérias benéficas. O líquido ingerido com as refeições reduz a acidez, atrapalhando a digestão e a defesa no meio intestinal. O ideal é tomar líquidos somente 1 hora depois da refeição.
  • Sucos industrializados: apesar de práticos o refrigerante e o suco de fruta industrializado não são boas opções se você está com excesso de fungos. Essas bebidas normalmente contêm açúcar ou adoçantes artificiais, que servem de alimento para a Cândida, portanto também interfere na ação do seu sistema imunológico.

Vamos ver agora os alimentos que ajudam a combater a candidíase:

  • Verduras: uma alimentação equilibrada, com muita salada verde escura no almoço e no jantar é a salvação das bactérias boas que vivem no nosso intestino. As folhas verdes tem muitas fibras, auxiliam na fermentação das boas bactérias e mantém o PH do intestino adequado.
  • Óleo de coco, óleo de orégano e o próprio orégano: são alimentos antifúngicos devem ser adicionados diariamente na alimentação. Cuidado com o óleo de coco, é uma gordura saturada e deve ser consumida com moderação.

Fique de olho no estresse: ele reduz a imunidade e a produção do ácido clorídrico no estômago, comprometendo o equilíbrio da flora intestinal, que é um convite á proliferação de fungos.

Portanto cuide bem da sua alimentação e relaxe para que a candidíase fique bem longe de você.

 

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